Um grupo de cientistas brasileiros conseguiu reverter as conseqüências de uma lesão de medula espinhal usando uma injeção de células-tronco embrionárias em camundongos. O feito inédito no país, obtido na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), teve parte de seu sucesso relacionada com o estágio de desenvolvimento das células aplicadas diretamente sobre área lesionada.
Segundo Stevens Rehen, que apresentou o trabalho sábado passado no 3º Simpósio Internacional de Terapia Celular, em Curitiba, foram usadas células nervosas "genéricas". Segundo o pesquisador, o material usado já tinha passado do estágio puramente embrionário, mas ainda não tinham se transformado em neurônios.
"Nós demos um espaço para as células decidirem o que iriam fazer", disse Rehen.
As células embrionárias interessam à ciência exatamente por causa dessa característica que elas têm de se multiplicarem e se transformarem em vários tipos de tecido. Tanta versatilidade não é observada em nenhum outro grupo celular.
Mas usar essas células quando ainda estão num estágio muito precoce é inviável, mostram pesquisas, porque o risco de surgir um tumor é enorme. As células crescem de forma totalmente desordenada.
"O estágio das células que nós usamos é o equivalente a você criar um filho e deixar ele decidir entre ser engenheiro ou advogado. Mas se ele quiser ser músico, aí não pode" brinca Rehen, que foi apenas um colaborador do estudo. Quando se precisa de um neurônio, não adianta a célula virar uma hemácea, explicam os cientistas.
FONTE: FOLHA ON LINE
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